Experimentando Deus

Confesso que não sou muito de falar a respeito de experiências com Deus. Não que eu não acredite nelas, mas é que às vezes, quem contas as suas dá um ar muito grandiloquente (não que o momento de fato não seja), mas sempre soa como se o foco fosse na pessoa, e não em Deus.

Dessas experiências GRANDES que algumas pessoas dizem ter o tempo todo com o Pai, confesso que lembro apenas de duas, assim, de supetão, que aconteceram comigo. Duas ou três, no máximo. E não vou falar delas aqui, mas queria falar a respeito do sentimento envolvido.

Pensando nesses momentos, lembro de ter sentido um monte de coisas diferentes ao mesmo tempo. Primeiro um senso de inadequação: “como assim Deus tá falando?”. Eu não merecei estar ouvindo. Podia pensar em ao menos 20 pessoas que mereciam ter esse tipo de encontro, e não eu. Mas não somos nós que decidimos isso.

Lembro também do sentimento de pequenez e sujeira. Deus, sendo tão grande e santo como é, falando com um bosta como eu? E você lembra de tudo que fez e deixou de fazer naquela semana, naquele dia… e ainda assim tava lá, Deus, falando contigo. Tenso.

Lembro, definitivamente, do choro. Um misto de espanto, temor, tremor e alegria.

E daí, penso nos encontros que homens da bíblia tiveram com Deus e com Seus anjos, e vejo que a coisa é tensa mesmo, e não é para menos: algo além do nosso entendimento faz contato conosco, seres finitos e pequeninos. É um tal de gente ficando manca, desmaiando, caindo em terra, tremendo… que não tá no gibi. Algo tão sério e grave não deveria ser tratado com leviandade.

Nem sempre Deus precisa Se fazer manifesto (assim, no sentido shekinah da coisa) em nossas reuniões. Lá Ele está, certamente,  com Seu poder e glória… mas Ele não precisa fazer o chão se abrir ou as paredes virem abaixo para que Sua palavra seja ouvida. Deus também (e arrisco aqui um principalmente) Se manifesta na brisa suave ao fim da tarde.

Esse tipo de experiência sempre faz algo conosco, nos transforma. Jacó ficou manco e se tornou Israel. O que Ele fará conosco?

Um abraço,

Eduardo Mano

2 Comments Add yours

  1. Fabíola says:

    Algumas pessoas não entendem como outras se sentem assim como você se sentiu, e eu também já me senti quando Deus se “manifesta”. Na verdade, a maioria das pessoas com quem eu convivi durante as experiências que eu tive me recriminavam e eu penso que justamente por se sentirem a coisa mais importante daquilo tudo e não colocando Deus neste papel, o principal. Enfim, não me sinto mais “errada” de me sentir assim depois de ter observado reações como essas na Bíblia. Talvez algumas pessoas “conheçam” Deus apenas por essas experiências.
    Deus te abençoe.

  2. JonatasCD says:

    sei que tipo de experiência é essa.. bah… como isso marca.
    Li a sua e lembrei de quando passei por isso. #tenso
    ‘Só’ não saberia compartilhar assim.

    vou ali seguir a rotina com essa lembrança martelando…

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