Comentei há alguns dias a respeito do Damien Rice. Para quem não entendeu, minha intenção foi dizer que o cara é bom mesmo, faz música que toca de alguma forma na alma (tipo Fix You, do Coldplay). Isso é graça comum.
Meu conceito de graça comum foi formado pelo teólogo Wayne Gruden, em sua Teologia Sistemática. Eu estava com uma baita preguiça de transcrever o texto pra cá, mas Deus é bom e acabei achando um (excelente) blog que transcreveu o texto, o qual colo, agora, uma parte:
“…Como Deus pode continuar a conferir bênçãos a pecadores que merecem somente a morte — não somente aos que finalmente serão salvos, mas também a milhões que nunca serão salvos, cujos pecados nunca serão perdoados?
A respostas a essas perguntas é que Deus concede-lhes graça comum. Podemos definir graça comum da seguinte maneira: Graça comum é a graça de Deus pela qual Ele dá às pessoas bênçãos inumeráveis que não são parte da salvação. A palavra comum aqui significa algo que é dado a todos os homens e não é restrito aos crentes ou aos eleitos somente.
Diferentemente da graça comum, a graça de Deus que leva pessoas à salvação é muitas vezes chamada “graça salvadora”. Naturalmente, quando falamos a respeito da “graça comum” e da “graça salvadora”, não estamos sugerindo que há duas diferentes espécies de graça no próprio Deus, mas apenas estamos dizendo que a graça de Deus se manifesta no mundo de duas maneiras diferentes.
(Wayne Gruden, Teologia Sistemática, p. 549-550 – aqui você lê todo o texto)
Em grande parte, é isso que o Sandro, num comentário aqui no blog, disse se referindo à banda Móveis Coloniais de Acaju. Eis o comentário, reproduzido na íntegra de tão bom:
“Grande banda e disco! Acho muito legal vc usar este espaço para falar/opinar o que vale a pena ouvir na cena musical, tudo isto sem se desculpar por colocar música chamada secular. Precisamos entender e mergulhar na graça comum! Tanta gente que não tem a mesma relação que nós cristãos nascidos de novo temos com nosso SENHOR, mas que marcam nossa alma e coração com letras e acordes cheios das maioreis inspirações divinas… Muitas vezes fico pensando nesta nossa dificuldade de enxergar o mundo com a ótica da graça comum, que atinge a todos os homens. Preferimos a cultura de gueto, de uma “ensimesmação” tamanha que não conseguimos glorificar ao Senhor por usar tantos… E nem mesmo nos envergonhar de não sermos mais referências… Temos a visão muito pequena… Agradeço a Deus por prover todas as coisas, até mesmo a boa música vinda de quem “está morto em seus delitos e pecados…” Nosso Deus é SOBERANO e REI de todo o universo!!! …e ainda temos a petulância de não querer acreditar nisto… Deus te abençoe mano!
A partir dessa percepção, podemos ver que alguns artistas estão muito sensíveis a essa Graça, outros nem tanto. Mas não se engane; de uma forma ou de outra, estão separados de Deus. E como Deus nos ajuda a discernir aquilo que é bom e ruim, você não precisa que ninguém diga “não pode ouvir música secular”. Autoritarismo não combina muito bem com cristianismo. 😉
E como diria Marcelo Taz, “beijomeliga” (tosco, tosco)
Eduardo
ao som de “Deus, onde estás” – Palavrantiga
E graças a Deus pela graça comum ou não poderia ouvir minhas músicas segundo meu gosto “secular”, hahahaha…
Quando digo “não poderia” é que a consciência ficaria pesadinha, pesadinha…