Mais um post sobre a Reforma

Hoje, 31 de outubro, celebramos mais um ano da Reforma Protestante. Por “celebramos”, me refiro, claro, àqueles que fazem parte das igrejas históricas surgidas nos anos pós-Reforma. Há aqueles que celebram a Reforma apenas no dia de hoje, fazendo questão de, nos outros dias do ano, enfatizar não serem uma igreja reformada ([irony mode=on]como os Batistas, por exemplo[irony mode=off]).

Eu sou batista, mas me considero reformado. Abraço as doutrinas da graça, amplamente difundidas e defendidas pelos reformadores. Concordo com aquilo que Piper, Carson, Driscoll, Shedd, Stott, Spurgeon e muitos outros disseram e ainda dizem. Mas gostaria de considerar alguns pontos.

É importante mantermos nossa fé viva e atual, para termos respostas e sabermos dialogar com o mundo e a cultura ao nosso redor. Nesse sentido, é importante vermos as adaptações que são necessárias dentro de todo arcabouço teológico reformado, uma vez que muito do que cremos foi dito nos séculos XVI e XVII. Lógico que muitos outros teólogos formularam inúmeras teses nos séculos seguintes, e creio que o fizeram pensando no contexto em que viviam – exatamente aquilo que precisamos fazer hoje.

A Reforma de Lutero não foi política e sim espiritual e cultural. Com a tradução da bíblia para a língua do povo e a introdução do canto congregacional nas reuniões públicas, ocorreu um diálogo cultural (maior prova disso é o fato de Castelo Forte, principal hino da Reforma, composto por Lutero, ter sua melodia baseada em uma “drinking song” – canções que o povo entoava quando bebia nas tavernas). Quando hoje a Igreja priva o cristão do diálogo cultural, nada mais faz do que uma celebração à igreja pré-reformada, corrupta e interessada em riquezas materiais (outro ponto que vemos aos montes nos dias de hoje), e não em riquezas espirituais.

É claro que há gente muito mais qualificada para falar sobre a reforma do que, gente que estuda muito mais do que eu estudei e têm se aplicado no ensino coerente da Palavra, como o Juan de Paula, os rapazes do iPródigo e muitos, muitos outros cristãos engajados no ensino das Escrituras, e você pode procurá-los. A minha questão é com a cultura, e como devemos nos aproximar dela sem negar nossa identidade.

É isso. 492 anos se passaram desde que Lutero “postou” suas teses na melhor mídia possível na época. Quando pensamos por esse lado, podemos até imaginar que Lutero não faria feito no meio da blogosfera…

Um abraço a todos.

Sola Fide, Sola Gratia, Sola Scriptura, Solus Christus, Soli Deo Gloria

Eduardo

2 Comments Add yours

  1. Ariovaldo Jr says:

    É isso ae cara…

    Viver de saudosismo é fácil. Dificil mesmo é que cada um de nós assuma sua parte em meio às constantes revoluções culturais que acontecem cada vez em intervalos menores.

    🙂

  2. Josaías says:

    Oi Eduardo, muito bom seu post sobre a Reforma – em especial o puxão de orelha nos batistas 🙂 . Obrigado pela citação ao nosso humilde blog, e pelos desafios propostos aqui.

    um abraço e Deus te abençoe

    Josa

Leave a Reply

Fill in your details below or click an icon to log in:

WordPress.com Logo

You are commenting using your WordPress.com account. Log Out /  Change )

Facebook photo

You are commenting using your Facebook account. Log Out /  Change )

Connecting to %s