Ainda na seqüência, recentemente encontrei uma entrevista do Robin Pecknold, líder dos Fleet Foxes, falando a respeito de downloads ilegais e da indústria. Veja como o pensamento do cara é diametralmente oposto ao da maioria das bandas de hoje. Eu já tinha percebido que, quando o último disco da banda, Helplessness Blues, vazou, ele ficou feliz com o que as pessoas estavam escrevendo (falei sobre isso neste post aqui). Agora ele explica melhor seu pensamento.
Veja: eu baixei a discografia dos Fleet Foxes, e eu me dei ao trabalho de comprar os CDs importados (que sairam mais baratos que dois CDs da seção “religiosos”das Lojas Americanas, mesmo incluindo o frete). Muitas (muitas mesmo) das pessoas que baixaram meu disco Velhas Verdades se interessaram em comprar, e ainda hoje tem alguém levando uma, duas cópias. É claro que, ao contrário dos Fleet Foxes, nós ainda não gravamos um vídeo no La Blogothèque, e nem mesmo vivemos de música, mas há público para todos.
Fique aí com a entrevista.
FLEET FOXES FELIZES COM DOWNLOADS
O cantor da banda Fleet Foxes, Robin Pecknold, insiste em dizer que não se importa se pessoas baixam sua música ilegalmente, já que é algo que ele mesmo faz de qualquer forma.
A banda Fleet Foxes encara as reclamações a respeito de downloads ilegais como “nojentas”.
O grupo não entende a por que músicos não ficam felizes com o fato de seus fãs adquirirem sua música gratuitamente na internet e incentiva que as pessoas adquiram sua música da forma que quiserem.
O cantor Robin Pecknold diz: “Não me importo com pirataria, eu já baixei centenas e centenas de discos, por que deveria me importar se alguém baixar o nosso? É realmente algo besta com o que se importar, de quanto dinheiro eu preciso? E acho nojento quando as pessoas reclamam disso. Eu sou absolutamente a favor de downloads ilegais.”
O líder da banda diz que o fácil acesso à música nos dias de hoje só pode ser benéfico à indústria.
El ainda disse à revista BANG Showbiz: “Eu creio que quanto mais música você puder ouvir – e em especial os músicos – só irá tornar a música melhor e estamos vendo isto agora quando pensamos nas novas bandas, elas estão se saindo bem melhor agora, e fazendo mais música boa que antes.”
Não sei, Mano…
Acompanhei a luta de um amiho pra gravar seu cd, todos os gastos e trabalho que envolvem o processo e depois neguinho lucrar com isso acho injusto…
Olá Meire.
Olha… há uma diferença enorme entre alguém pegar o CD de alguém, ripar e subir um link para download e outra pessoa que copia o CD e vende este material, lucrando.
A segunda opção é crime mesmo. A primeira opção, sinceramente não sei. É o mesmo ue acontecia quando, nos meus 13 anos, eu pegaba uma fita K7 e gravava um vinil de um amigo.
Nos textos sobre o mercado da música, sempre falarei da primeira opção, nunca da segunda.
Eu decidi gravar meus CDs de forma caseira, e deu certo para mim. Mas tenho amigos que, como o seu, investiram pesado para gravar um CD. A maioria deles, após mandar fazer 1000 cópias do disco (o número padrão no Brasil), se venderam 300 foi muito. Ainda têm uma dívida em casa, encalhada.
O paradigma está mudando, isso é fato. A questão é: vamos lutar para que ele volte a ser o que era ou vamos nos adequar e expandir as possibilidades?
Essa é minha busca. 🙂
Um abração, e valeu pelo comentário!
Cara, meu pensamento de alguma forma está alinhado ao seu…Seu conceito artístico (se é esse o nome que se dá pra isso, rsrs) está, ao meu ver, mais na construção/transmissão de algo do que a venda do “Velhas Verdades” ou o que vier pela frente.
Mano, continue assim, please. Saiba que, talvez mesmo vc não querendo, isso é sem pretensões, já é referência pra muitos, e aqui me incluo.
Abraços!!!
Olá Edu, concordo com você que a coisa está mudando e que são necessárias adaptações. Também acho que a possibilidade de baixar música de graça vai engolir a indústria. Tenho, porém, algumas considerações que penso que, como cristãos, deveríamos fazer:
– Será que não deveríamos limitar nossos downloads àquelas músicas que o próprio artista coloca pra baixar no site? Fazer o contrário não seria me apropriar de algo que o artista ou gravadora (sim, ela é má e egoísta, mas existe e participou da produção da obra musical) não desejariam que eu me apropriasse? É claro que também excluo disso músicas que os próprios artistas disseram que posso baixar, mesmo não estando no site (como é o caso dos Fleet Foxes).
– Será que, como cristãos, não deveríamos buscar uma direção melhor do que um “eu faço, então podem fazer” vindo de alguém que não tem a Palavra como base de conduta (não estou diminuindo a qualidade da excelente música que os FF fazem, a qual eu aprecio muito)?
– Defendemos os downloads porque fazemos ou porque cremos que é o melhor para o artista? Às vezes sinto-me como diante dos caras que defendem a legalização da maconha não porque creem realmente que é o melhor, mas só porque querem continuar fazendo uso dela sem serem perturbados.
Pergunta pessoal: como você importa CDs sem pagar muito caro?
Por favor, receba estas perguntas não como um ataque vindo de um opositor, mas de um amigo e irmão que acredita que suas respostas vão me ajudar muito a definir a coisa na minha própria cabeça (e MP3 player).
Grande abraço